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Na madrugada, quando as lojas já desceram suas portas de ferro, a Avenida Carlos Gomes é um corredor de dois quilômetros ocupado por luzes vacilantes, cadeiras de plastico de bares esparsos e um vento frio que sopra até mesmo no verão. Há carregadores de latas apressados, cachorros sonolentos e taxistas que sonham com loiras fatais. Há, também, um ponto de luz azul insistente, que parece apropriar-se da decadência para dela zombar. Nele, ouvem-se palmas abafadas pelo tintintar dos copos. Não há placas chamativas - é na pequena área entre a grade da fachada e a porta de entrada que se vê, em papel laminado também azul, letras cortadas formando a palavra "Marujo".

Eron Rezende para a Revista Muito, do Grupo A Tarde, em 5 de fevereiro de 2012

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